quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Reich e A PESTE EMOCIONAL BRASILEIRA

Encontrei no Orkut, o texto abaixo, publicado por um 'Anônimo'.
Devido a meu interesse no tema, estou à procura do autor.
Já que o autor, ou alguém em nome do mesmo, com ou sem sua autorização, publicou o texto sem indicação de autoria, tomei a liberdade de fazer algumas correções ortográficas e de sentido em algumas sentenças. P. ex.: substituí a palavra 'domatória', que não existe em Português, por 'domadora', que me pareceu mais apropriada.

"Caros amigos,

defendi minha tese de bacharelado, a qual foi intitulada "A Peste Emocional Brasileira", que em seu bojo é uma leitura da cultura brasileira (via Gilberto Freyre) pela metodologia Reicheana. Como não posso postar a tese inteira, vou postar alguns trechos.

O objetivo do presente estudo é fazer uma análise histórico/psicológica de certos aspectos da cultura brasileira:

· Qual a ligação entre o comportamento sexual dos indivíduos e a estrutura social de uma sociedade?
· Sob qual estrutura foi formada a família Brasileira?
· Qual a ontogênese do sadismo e sua origem na sociedade brasileira?
· Se temos em nossa personalidade um traço sádico, qual é a explicação para que o brasileiro apresente-se como um povo alegre, receptivo, amável, despreocupado e passivo?
· Quais são as origens e os meios de propagação desta imagem do brasileiro?
· Quais são os mecanismos da reprodução da dominação no Brasil?
· Qual a origem ontogenética da passividade?
· Por qual mecanismo a dominação é incorporada à classe dominada?

O modelo familiar brasileiro é baseado na estrutura familiar patriarcal. O sadismo é um comportamento típico das sociedades patriarcais, pois o sadismo, segundo a teoria reicheana, surge a partir de uma satisfação biológica negada. Logo se o sujeito perde a capacidade de experimentar a satisfação, ele passa a substituir a capacidade de experimentar o prazer pela de odiar, tornando-se um indivíduo sádico.

Lançando mão do estudo realizado por Gilberto Freyre acerca da sociedade patriarcal no Brasil e suas caracterísitcas, é possível atestar, segundo o autor pernambucano, que nosso modelo sociológico está assentado em uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida em sua formação étnica e cultural e patriarcal/sádica na estrutura familiar; estando em consonância com os estudos antropológicos de Wilhelm Reich.
Neste ponto surge uma questão: se nossa sociedade é estruturada sob uma formação patrarcal-sádica, porque somos conhecidos por um povo alegre, passivo, amável e despreocupado?

Segundo as leis psicanalíticas, os traumas nunca são esquecidos, mas aparecem escondidos sob outras formas que, segundo a teoria do caráter de Reich, aparecem sempre sob a forma antitética entre o repressor e o que é reprimido. Ou seja se o indivíduo sente um ódio intenso, mas não pode expressá-lo devido à repressão da sociedade, desenvolve uma forma artificial de comportamento de cunho contrário a tal impulso: torna-se um indivíduo extremamente amável. Tal defesa de caráter cumpre a função de defender o indivíduo de sensações desagradáveis e anti-sociais. Logo, somos levados a supor que a imagem que se faz do brasileiro, de amabilidade, resignação ante à dominação e ao estado de miséria, é na verdade uma defesa psico-social que cumpre a função de tapar o sofrimento e o ódio estratificados na mente e nos hábitos do brasileiro, presentes desde a fundação de nossa sociedade, sob a forma de cultura popular, como o carnaval, o samba e o futebol.

Porém esta passividade ante à dominação e a dor, propiciou à classe dominante, um mecanismo cruel de dominação, que caracteriza-se em manter o povo resignado ante o sofrimento e a miséria através de “migalhas” sob a forma de assistencialismo e pseudo-solidariedade. Tais práticas, muito difundidas em nossa cultura, são herança de um hábito comum aos Senhores de Engenho das fazendas coloniais do Brasil.

O domínio é cruel, porém, ao oferecerem migalhas para minimizar uma possível revolta dos dominados, a classe dominante descobre uma fórmula da manutenção do poder no Brasil: tirania solidária= dominado passivo. Logo, a função da pseudo solidariedade inter-classes no Brasil é justamente a de manter o domínio através da introjeção da culpa no aparelho psíquico do dominado, contendo com isso sua revolta pelo estado servil. Tal prática ainda é agravada pelo sistema familiar patriarcal português exogâmico, no qual o patriarca alarga os laços familiares aos escravos, misturando as relações mercantis de trabalho, com as relações afetivas familiares, o que nubla ainda mais uma possível revolta contra a dominação.

Todavia, a dominação tomou uma outra forma depois do surgimento do cinema norte-americano pós II Guerra. Segundo a tese do professor Antônio Pedro Tota, a dominação passou a ser simbólica, na forma de sedução e fascínio. No Brasil, o representante desta dominação foi a televisão, principalmente a TV Globo, a qual, sob propriedade da classe dominante nacional, desempenhou o papel de manter a dominação através do fascínio e da sedução. Para isto o mecanismo usado foi a de reproduzir na tela da TV, do cinema e, posteriormente na indústria sonora, tal falsa imagem do brasileiro - alegre despreocupado e passivo.

A TV Brasileira é comandada estetica e ideologicamente pela elite. Insiste em mascarar a miséria e as falências das relações afetivas no Brasil, exibindo incessantemente em sua programação, um carnaval e uma alegria artificial permanentes, perpetuando nosso falso caráter alegre, despreocupado e sensual. Tal prática serve ao intuito de confundir o povo e aliená-lo de sua real situação, valendo-se do mecanismo psicológico da sedução e da identificação. O povo, ao ver-se retratado na tela da televisão e do cinema, (mais belos e alegres do que são na verdade), nas letras das músicas, identificam-se com este falso padrão, distorcido pela classe dominante, adotando-os, criando com isso, uma ojeriza pelos hábitos originais de seus semelhantes. Disto decorre o processo da perda de auto-estima e da identificação com o outro, ou identificação com a imagem que o dominador produz.

Logo nos questionamos: por qual mecanismo a dominação é incorporada à classe dominada, ou porque há resignação ante à dominação e ao sofrimento no Brasil? Reich irá responder que a estrutura familiar patriarcal é a responsável por gerar indivíduos passivos e medrosos ante a autoridade. Segundo ele, o ser humano é sujeito a duas grandes forças ideológicas que formarão sua estrutura psíquica: por um lado sua situação material e econômica, e por outro, pela estrutura ideológica da sociedade (ou o princípio da realidade). Disto sempre resulta em sua psique, a contradição: situação material versus estrutura ideológica. Desta maneira, a ideologia social altera a estrutura psíquica do indivíduo fazendo-o agir de modo contraditório.

A família torna-se com isto uma espécie de escola domadora que possui a função de tolher o indivíduo de seus impulsos naturais, moldando-o e preparando-o para adaptar-se à ordem social do estado no qual vive. Logo a estruturação autoritária do homem processa-se através da fixação das inibições e medos sexuais nos impulsos sexuais da infância. É exatamente nesta fase que o indivíduo é ensinado a pensar contraditoriamente. Ele é levado a agir contra sua satisfação por motivos que não compreende. Mais tarde isto ressoará como sua contradição material versus econômica, conservadorismo e o medo da liberdade de um lado e a plena capacidade de consegui-la do outro.

E por último resta-nos o questionamento se há algum foco de resistência contra esta dominação na cultura popular. Para isto lançamos mão do Livro “O Folclore Negro no Brasil” de Artur Ramos no qual analisa o folclore do pai João, o qual talvez seja a melhor representação popular do caráter passivo em nossos costumes. Tal folclore, caracteriza-se pela figura do velho negro João: o escravo que sofre, porém está sempre sinistramente passivo, amável e sorridente, mas despeja sua revolta contra o branco na forma de sátiras e canções. Faz-se necessário ainda a comparação do folclore do pai João com sua antítese: o festejo dos palmares, festejo popular da tradição Alagoana que se regozija com a revolta palmarina, símbolo de resistência contra a dominação."

Enquanto o autor não é encontrado, coloco o texto para discussão.

Quem sabe, assim, aprofundamos sua tese e aprendemos a entender melhor nossa realidade social.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Brincar de dEUs.

Hoje recebi a seguinte mensagem, do Fred Mika
e quero dar uma resposta:


REFLITAAAAA....

Porque será que nós dormimos na igreja,
Mas ficamos acordados num filme de 2 horas?
Porque será que não conseguimos ficar nem um pouco em pé numa missa ou sentado num culto?,
Mas conseguimos ficar horas em pé num show?
Porque será que é tão dificil falar sobre Deus,
mas tão fácil falar sobre sexo?
Porque será que ficamos tão intediados (sic) quando lemos uma revista Cristã,
mas achamos facil (sic) ler uma Playboy?
Porque será que é tão fácil ignorar uma mensagem de Deus pela internet,
mas tão fácil repassar as eróticas?
Porque será que as igrejas estão ficando cada vez menores,
enquanto os bares e clubes crescem como nunca?
pense sobre isso....
você vai ignorar essa mensagem como todas as outras ou repassar?


80% de vocês não vão repassar isso.

O senhor disse:
"Mas qualquer que me negar diante dos homens,
eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus"

Meus comentários:

Dormimos em uma igreja ou templo, pois tudo o que acontece lá tem muito pouco a ver conosco.
É um local criado artificialmente para explorar a credulidade infantil do ser humano.
Tem muito mais a ver com um tipo de negócio, que serve mesmo só àqueles que o exploram.
É uma fórmula ultrapassada, que está fadada a desaparecer.
Tanto é que as pessoas não estão interessadas no que ocorre lá.
O que elas querem mesmo é 'brincar de deus'.
O que implica, às vezes, na criação de novas vidas.
O sexo está muito mais próximo de deus do que as religiões pregam.
É por isto que ver alguém nu é muito mais atraente.
Deus está em nossos corpos. E o que nos ensinam as 'religiões'?
Que o sexo é pecado, sujo, inferior, animalesco, a origem de todas as perdições.
Dançar coloca as pessoas muito mais próximas de experimentarem a divindade, que ficar de joelhos sobre um chão duro, sujo e frio.
Ter interesse em atividades prazerosas está muito mais de acordo com a vida.
O sofrimento e a cultura da dor e da miséria são instrumentos de manipulação.
É uma forma de manter as camadas mais pobres acomodadas, manipuláveis e submissas.
Fazer as pessoas acreditarem numa recompensa, num 'céu' é muito fácil.
Difícil é querer sair de uma posição de poder e dominação.
Até hoje, as religiões tem prestado um serviço enorme aos governantes e dominadores econômicos e a si mesmas.
E é isso o que eles mais querem.
Sabendo disto, alguns espertinhos criaram um cristianismo, que possivelmente nunca aceitaria um J. Cristo no seio deles, assim como não aceitou um monte de outros seres que se superaram a si mesmos.
A mensagem vem ainda com uma ameaça: se você não me aceitar, eu meterei meu bedelho e vou falar pra 'paizinho' (e por que não a mãezinha?) te ignorar, assim como você me ignorou.
E o mais engraçado é que os cristãos colocam o jotinha numa posição igual à de um suposto dEUs,
criado por nós à nossa imagem e semelhança, em função de nossa incapacidade mental de compreender coisas maiores que nossa cachola e de nosso medo do desconhecido. Mas tudo bem, usamos facas como chaves de fendas e alicates como martelos.
Gosto muito desta expressão: Querer explicar aquilo que se chama de 'deus' com nossas mentes, é o mesmo que querer usar uma borracha escolar para apagar uma nuvem.
A mente não foi feita para isto. Existem outros 'métodos' ou 'mecanismos' que carregamos em nós mesmos que se despertos, nos possibilitam experienciar a divindade diretamente.
O sexo é um deles.
E as igrejas sabem disto. Tanto é que o condenam. E sofrem as conseqüências desta condenação na própria carne. Seja pela ruptura contínua e constante dos votos de castidade, seja pelo abuso sexual, emocional e econômico de seus próprios seguidores.

Comentário do Fred Mika e minha resposta:

Opa

Com certeza, o que vc disse está correto, o dogma religioso inócuo x a vontade inerente

Porém tem uma coisa, vc enfocou os sintomas mais periféricos do eu, o eu-ego primário, como no caso do sexo, nada mais é que sensções remanescentes do cérebro reptiliano forjado a milhões de anos,
o que eu falo é de imanência EU profunda, o eu intuitivo-cósmico e não de meras sensações que a natureza usou como artífice de perpetuação da espécia pela genética horizontal

PAZ


Oi Mika,

sexo é uma porta para o divino.
Pode-se entrar através dele, tanto para a criação de novas vidas, quanto para a que possamos dar 'a luz a nós mesmos'.
O primeiro degrau desta escada é a reprodução da espécie.
O último, a realização do ser.
A limitação do sexo ao nível animal é o objetivo principal das religiões organizadas, principalmente as de origem judaico-cristãs.

Shanti Om!

E o papo continua...

assunto: REFLITAAAAA....
enviado: 15 de setembro de 2007 12:04
O sexo, o orgasmo traz a satisfação horizontal, a nível de liberação de endorfinas, uma coisa que o esporte, a realização material tbm faz,
é algo como um jogo de recompensa, prazer realizado,

Não é bom ficar se prendendo a dogmas ou as antíteses deles, tipo a religião fala isso então porisso devo seguir ou, se a religião fala isso, isso é um dogma ruim para nos escravizar
A visão intuitiva interna é para além disso, paira acima dos dogmas e preconceitos

Eu sou bem cietífico nesse aspecto: o sexo é apenas um artíficio que a natureza criou para que mantéssemos reproduzindo, em seres que tem sua reprodução independente não há prazer sexual, não necessita disso
Assim como o esporte que nada mais é como uma forma social de nos mantermos sociabilizados e extraírmos endorfinas para o bem estar individual que é um bem necessário realmente ao ser humano

PAZ acima das convenções

Minhas observações:

Olá amigo Fred,

agora vamos por partes:

o orgasmo é uma experiência que nos possibilita ir além da mente.
Tente pensar enquanto você goza. É impossível...
Além disto, o orgasmo que os homens geralmente sentem, é só um tentativa.
Primeiro pelo fato de confundirem ejaculação com orgasmo.
São coisas completamentes distintas.
Segunda, ejaculação pode acontecer sem orgasmo.
As pessoas vivem num nível energético tão baixo, que o que elas chamam de orgasmo é quase que só um espirro. Uma descarga de tensões.
A endorfina faz parte deste processo também, a nível físico, assim como nas atividades físicas que não envolvem sexo.

A ciência, da forma como é ainda encarada pela maioria de muitos cientistas, é um amontoado de dogmas e crenças.
Apegar-se a dogmas, mesmo que supostamente embasados em uma ciência manipulada por interesses os mais diversos, inclusive os religiosos é bem parecido com crer em livros supostamente sagrados.
A chamada "mente científica" também faz parte deste emaranhado de informações que permeiam nossos níveis menos conscientes e os postulados destes cientistas quase sempre possuem uma relação com muitas crenças que permanecem abaixo dos níveis da chamada 'consciência'.
Já ouvimos falar muito a respeito de que só podemos ver a pontinha do iceberg de nossos diversos níveis mentais.

Só um homem que já conheceu a possibilidade do orgasmo sem ejaculação pode falar a respeito do que acontece. Mesmo assim, sua experiência estará limitada à sua própria maturidade psicológica, emocional e espiritual.
Os estados 'alterados' de consciência que ocorrem a quem já foi além do sexo como possibilidade de mero prazer físico, são os presentes recebidos por quem arrisca a ir além dos conceitos, preconceitos, dogmas e comprovações 'científicas'.

PAZ acima das convenções é uma confirmação da possibilidade de irmos além de nossas limitações teóricas.

Grande abraço!


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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A segunda resposta de um Senador

Hoje, para minha surpresa, recebi mais um email de um senador, em resposta a meus emails de protesto contra a decisão de manter o 'cenador' R. C. no 'cenado'.
Aqui está a íntegra do email, emitido pela assessoria de imprensa do Senador Osmar Dias:

SENADO FEDERAL

GABINETE SENADOR OSMAR DIAS

12.09.2007

Osmar Dias diz que absolvição de Renan desacredita o Senado Federal

O senador Osmar Dias (PDT-PR) considera que a absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), coloca instituição num processo contínuo de perda de credibilidade. Para o senador paranaense, as seis abstenções e a influência da bancada governista foram determinantes para livrar o senador alagoano da cassação. "O resultado da votação passa a imagem de que o Congresso e o Executivo têm forma conjunta de atuar. Isso mostra que há a proteção mútua e recíproca entre as partes. Quem mais perde é a população que não vê satisfeita a sua vontade por parte daqueles que foram eleitos pelo povo", afirma.

Para Osmar Dias, quem se absteve de votar na sessão histórica, em que pela primeira vez o presidente do Senado teve a cassação avaliada em plenário, não deveria ter comparecido. "Quem se absteve de votar num processo como este deveria optar pela ausência. A abstenção é uma forma disfarçada de votar não", salienta. O projeto de resolução (PRS 53/07) que recomendava a perda do mandato foi rejeitado por 40 votos não, 35 votos sim e 6 abstenções.

Afastamento

O senador pedetista mantém a posição da bancada do partido no Senado pelo afastamento de Renan Calheiros da presidência da Casa. "Ou o Senado toma um novo rumo e começa a trabalhar para votar as reformas de que o Brasil precisa, ou vai afundar num processo de descrédito. Mesmo absolvido neste processo, o presidente ainda tem outros a responder. Não podemos, mais uma vez, paralisar o País por conta de uma crise política", finaliza Osmar Dias.


Assessoria de Imprensa
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Brasília - Edmar Soares - (61)-3311-2125 - Cel. (61)-8119-8813
Acesse: www.senado.gov.br para mais informações



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Um senador responde!

Hoje recebi a resposta de um senador aos meus emails de protesto pela farsa no 'cenado'* (o uso do 'c' ao invés do 's' é proposital).
Pelo menos 'um' Senador entre 'cenadores' tomou a iniciativa de responder a nossos emails.
Os outros, possivelmente são analfabetos em vários sentidos, inclusive o político.
Na íntegra, o email:

Prezados brasileiros e prezadas brasileiras

Centenas de e-mails estão chegando até nós, senadores, de cidadãos e cidadãs manifestando sua indignação, sua revolta e vergonha com a decisão de hoje, que absolveu o senador Renan Calheiros. Quero deixar claro que eu e meus colegas da bancada tucana não contribuímos para esse resultado, que também nos envergonha. Eu, aliás, me manifestei em favor do voto aberto. Creiam: eu assumi mandato no Senado este ano e espero e quero contribuir para a moralização do nosso parlamento.

Mas confesso a vocês que eu estranho o fato de que, apesar de tanta se dizer revoltada, decepcionada e tudo o mais, a sociedade em geral me parece anestesiada, o que, na minha opinião, acaba por se confundir com a cultura pacífica dos brasileiros. Muitas vezes me pergunto: se tantas pessoas estão reclamando o que está faltando para elas irem para as ruas protestar? Estou certo de que isso não depende de partidos políticos, aliás, fica bem mais forte e legítimo quando de iniciativa da própria sociedade, vocês não concordam? E vejo que a Internet é um importante instrumento para isso.

Devo esclarecer, meus caros, que estou mandando este mesmo e-mail em resposta as muitas mensagens que me estão chegando, já que fica impossível mandar uma resposta pessoal para cada um dos e-mails, o que peço a compreensão. Abaixo, estou mandando um texto produzido por minha assessora de imprensa, que foi enviado para os jornais e rádios do meu Estado, o Pará, com muito orgulho. Com esse texto, espero estar dando uma resposta para todos vocês.

Cordialmente

Mário Couto


Senador Mário Couto defende renúncia de Renan

Na relação dos 35 senadores que votaram a favor da cassação de Renan Calheiros (PMDB-AL), o paraense Mário Couto (PSDB) não escondeu a preocupação hoje (12) ao sair da sessão secreta do Senado, que absolveu o presidente da Casa. Para Mário Couto, o resultado da votação “foi um desastre”, que coloca em xeque o Senado Federal. “O Senado perde muito em seu conceito, na sua história, na sua credibilidade. Quem perdeu com essa votação não foi a oposição; foi a instituição. Acho que aqueles que votaram contra a cassação apagaram a história do Senado”, avaliou o parlamentar.

Mário Couto está conviccto de que a absolvição de Renan Calheiros deixou o Senado ainda mais vulnerável. “O efeito desse resultado é incalculável. Só o tempo vai dizer o que vai acontecer com esta Casa, porque ficou a sensação de que tudo pode ser feito e nada acontece; ficou a sensação de que o Senado faz as leis para punir os pequenos e não consegue punir os grandes. É muito triste isso em nosso país”.

Assediado desde a semana passada por governistas, para que votasse contra a cassação de Renan Calheiros, Mário Couto já havia se convencido de que o peemedebista não poderia mais continuar no mandato diante das sérias denúncias que vêm enfrentando. Por um momento, devido à pressão popular, Couto chegou a contabilizar que Renan seria condenado pelo plenário, mesmo que com uma diferença ínfima de votos.

“Mas hoje foi diferente. Ao sair de casa, conversei com a minha família e, sabendo que a oposição não teria votos suficientes na sessão secreta, eu disse a minha família que não saberia o que fazer depois desta triste tarde”, desabafou Mário Couto, que considera que a honra do Senado foi jogada na lama. “A história do Senado sempre foi muito honrada. Se você observar, em muitos pronunciamentos senadores olham para o quadro de Rui Barbosa e se orgulham da história desta Casa. Hoje, se Rui Barbosa fosse vivo, teria a maior decepção da sua vida”, disse o tucano paraense, referindo-se ao político, escritor e jurista, que é patrono do Senado Federal.

Perguntado se não teme por retaliações de Renan Calheiros aos que votaram a favor da cassação, Mário Couto afirmou estar tranqüilo. “Não tenho medo de absolutamente nada”, afirmou o tucano, que foi taxativo ao dizer que se houver retaliações “eu denuncio da tribuna”.

Mário Couto ainda defendeu a renúncia de Renan da presidência do Senado, por pelo menos três motivos: por o peemedebista ainda enfrentar mais duas representações, por a permanência dele no cargo desgastar ainda mais o Senado e porque Renan Calheiros, segundo o tucano, quebra o decoro parlamentar ao se manter na presidência em meio a tantos processos. “Desde o início, por mais que o Renan Calheiros se esforçasse, ele não deixava de interferir, de influenciar nas decisões. Portanto, isso é abuso de poder e quebra de decoro”, apontou Couto.

*cenado, palavra inexistente na Língua Portuguesa, mas que passa a descrever o Senado brasileiro, a partir de agora, em todos os meus artigos. É minha forma de protesto contra o desmoronamento desta instituição.

De acordo com o Aurélio:

cena
[Do gr. skené, pelo lat. scena.]
Substantivo feminino.

1.
Teatr. Nos antigos teatros gregos e romanos, o espaço de representação coberto, situado ao fundo, atrás do proscênio.
2.
Teatr. O palco.
3.
Teatr. Nos palcos, o principal espaço de representação.
4.
Teatr. V. cenário1 (1).
5.
Teatr. A arte teatral; a arte do espetáculo; o drama.
6.
Teatr. Qualquer marcação ou diálogo dos atores.
7.
Teatr. Cada uma das unidades de ação duma peça, cuja divisão se faz segundo as entradas ou saídas dos atores; cena francesa.
8.
Cada uma das situações ou lances no decorrer da evolução da intriga de uma peça, filme, novela, romance, etc.; episódio.
9.
Cin. Telev. Parte de um filme que abrange diversos planos [v. plano (17)], focalizando uma certa situação em que aparecem as mesmas personagens, no mesmo ambiente.
10.
Acontecimento dramático, ou cômico.
11.
Ato mais ou menos censurável ou escandaloso.
12.
Panorama, paisagem. [Cf. sena.]


Cena cômica. 1. A comédia.

Cena francesa. 1. Cena (7).

Cena lírica. 1. A ópera.

Cena muda. 1. Teatr. A que se passa entre duas ou mais pessoas que se expressam por gestos. [Cf. pantomima (1 e 2).] 2. Cinema mudo.

Cena trágica. 1. A tragédia.

Ir à cena. 1. Teatr. Ser levado à representação (qualquer peça dramática).

Pisar a cena. 1. Representar.


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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vergonha nacional!

Sr. Senador,

mesmo que nesta parte do planeta não exista mais hombridade (O Sr. sabe o significado desta palavra?) fica aqui meu protesto.
Um dia teremos um brasil cuja primeira letra possa ser escrita com "B".
Por enquanto vivemos em uma república de bananas, que não pode mesmo ser levada a sério.
Se o Sr. votou a favor da absolvição de mais um corrupto, tenha certeza de mesmo com seu covarde voto secreto, o Sr. sabe que fez algo que só justifica a manutenção de sua própria posição nesta vergonhosa casa de 'secadores' da moralidade.
Pindorama continua um lamaçal...
VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!! VERGONHA!!!



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