sábado, 30 de agosto de 2008

Sabe duma coisa?

Precisamos de mais inteligência que vem do coração.
Sabedoria que nasce do carinho.
Afeto que nasce da gratidão.
De quem se mostra, expõe-se e demonstra humanidade!
Que tem coragem de amar e que se permite ser vulnerável.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Eu, "inimigo do povo brasileiro"

Dias atrás causei surpresa e celeuma, quando disse a um conhecido, que não vivemos em uma democracia e sim em uma ditadura do capital.

Heitor Reis que é engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org) foi mais fundo a respeito.

Durante o programa "Comitê de Imprensa" de hoje, 29/07/2008, 14 h, na TV Câmara, o conceituadíssimo jornalista Luiz Carlos Azenha afirmou: "Há um déficit democrático no Brasil. Nem todos participam da democracia brasileira."

Claro que há contra ele a acusação de um fato do conhecimento público: ser correspondente da Rede Globo em Nova York, isto é, soldado do exército inimigo do povo brasileiro, como se pode ver em "Trabalhar para a Globo é crime". www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=453TVQ004

Ainda que sua afirmação seja verdadeira, ela é apenas uma meia-verdade. Como dizem os judeus, "meia-verdade é uma mentira inteira"! Certamente, este conceito de democracia é o censo comum, paradoxal e absurdamente, tanto na direita, quanto na esquerda. Apenas este motivo, nos estimula a realizar um esforço para entendê-lo melhor... Se tiveres tempo, visita Análise dos Tipos de Poder : www.midiaindependente.org/pt/red/2008/05/419423.shtml

Se democracia é o governo do povo, como é possível que parte deste povo não participe do que Azenha e os demais formadores de opinião chamam "democracia"? É isto que se aprende nos cursos de comunicação e outros, cujo diploma assegura ser seu detentor um profissional? Deveria assegurar, né?... Será que ele é formado e diplomado em um curso superior? Será que o entrevistador também e concorda com esta tese, já que nada comentou? A ABI - Associação Brasileira de Imprensa, Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas, OAB - Ordem dos Advogados do Brasil (que apoiou o golpe de 1964 que deu início à Ditadura Pseudomilitar) e outras entidades análogas não duvidam que há uma democracia de verdade no Brasil. Consideram até que houve uma redemocratização após 1985. Como se já tivesse havido alguma democracia antes...

Uma grande parte do povo não participa desta "democracia", se considerarmos que temos 74 % de analfabetos e semianalfabetos, normalmente sub ou des-empregados, famélicos, doentes físicos ou mentais sem tratamento, deficientes excluídos, afrodescendentes, mulheres e homossexuais discriminados, mulheres violentadas diariamente, pobres sem tudo, mas com violência e assassinato em massa, etc. A "democracia" que nossos (de)formadores de opinião defendem e pregam com ênfase atende apenas a uma minoria. E a opinião pública é manipulada por esta opinião publicada, frase que gostaria de ter cunhado.

Se o povo não governa, não há democracia alguma no país. Portanto, caso minha argumentação esteja certa (tente provar o contrário), e se Azenha fosse lúcido e honesto, deveria afirmar que há uma deficiência de 100 % de democracia no país! Ou seja, uma pura, simples e inocente ditadura. E não se trata de um problema limitado a este governo, mas do Estado, desde quando ele existe. "O Estado brasileiro é oligárquico e autoritário." Marilena Chauí prefere não dizer a palavrinha proibida: ditadura!

Por que será que jornalistas formados (ou deformados?), sociólogos, historiadores, geógrafos, etc. continuam a chamar esta forma de governo de democracia? Apenas para não perder a boquinha? São pagos para enganar a sociedade? Ou por pura e simples ignorância? Fazem parte dos analfabetos e semianalfabetos da Nação? São apopléticos? Não tem cérebro? Ou por algum outro motivo oculto?

Quem sabe possessão demoníaca? Se levarmos o que Jesus disse à sério, todo mentiroso é filho do capeta. Talvez um arquétipo...

"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira." (João 8:44)

Concluo que as faculdades e universidades tem por objetivo impedir que seus alunos pensem de verdade. Os Timothy Mulholland (Unb) da vida faturam elevados lucros e outros, menos corruptos, apenas o salário e alguns privilégios tangíveis e intangíveis. Como em tudo nesta vida, há santas, benditas e honrosas exceções!

Trata-se apenas de uma linha de produção de peças para a engrenagem capitalista de reposição para propiciar lucro a qualquer custo, feitos sob medida para apenas obedecer ao patrão. E, infelizmente, não apenas no jornalismo!... Raros conseguem fugir desta Matrix. Quase todos apenas servem para reproduzir, letra por letra, a ignorância nacional. O diploma assegura a grande possibilidade de que o profissional tenha sido castrado (psicologicamente, claro) o suficiente para ser um pau-mandado bem disciplinado e não causar problemas no processo produtivo. Especialmente ideológicos. http://artigosdepsicologia.wordpress.com/2007/11/03/castracao

Acabo de passar uma semana com os estudantes de comunicação no Enecom 2008 - Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação, em Niterói-RJ e procurei alertá-los quanto ao sistema: corporações, Estado, governos, políticos, universidades, mídia, etc. Ou, modernamente, a Matrix em que vivemos. Um de seus objetivos é nos fazer acreditar que estamos em uma democracia, tanto aqui, quanto nos EUA e no resto do mundo. Assim, fica mais fácil furtar cada centavo do trabalhador. Abocanhar facilmente R$ 1.600,00 do salário-mínimo devido ao operário tuiniquim que deveria ser R$ 2.000,00, conforme o DIEESE.

Quanto mais ainda teremos de pagar para que o capital estrangeiro e nacional não fuja para outro país? Lacaios tem direito à democracia de verdade? Nem na Grécia, onde ela foi idealizada apenas para os senhores de escravos! Na prática, era a mesma ditadura de hoje.
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=41013 ; http://br.geocities.com/heitorreis2000/grecia.html ; http://br.geocities.com/heitorreis2000/midiaepo.htm

Ao descrever um pouco do que ocorreu no Enecom, fui premiado com publicação na revista eletrônica "O Lobo", de Fausto Wolff e no Observatório da Imprensa. http://www.olobo.net/index.php?pg=colunistas&id=984 ; http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=496FDS006

"A sociedade capitalista não nos oferece senão uma democracia mutilada, miserável, falsificada, uma democracia só para os ricos, para a minoria. A ditadura do proletariado, período de transição para o comunismo, instituirá pela primeira vez uma democracia para o povo, para a maioria, esmagando ao mesmo tempo, impiedosamente, a atividade da minoria, dos exploradores. Só o comunismo está em condições de realizar uma democracia realmente perfeita, e, quanto mais perfeita for, mais depressa se tornará supérflua e por si mesma se eliminará."
http://www.culturabrasil.pro.br/oestadoearevolucao.htm

Assim Lenin também condenava enfaticamente a "democracia só para ricos" a qual se oporia a uma "democracia para o povo". Este revolucionário histórico não conseguiu ir além do censo comum, reproduzindo a ignorância do idioma que usava e afrontando a lógica mais simples, imitado pelos religiosos que o seguiram, ao considerar que um governo do povo (democracia) possa não ser "para o povo", mas "para os ricos". Por que será que ele não chamou esta "democracia capitalista" de "ditadura capitalista", mas adotou "ditadura do proletariado" e não "democracia do proletariado"? Estupidez? Que os discípulos de Freud e Jung nos expliquem! Um brinde à religião marxista:

"Gramsci atribuiu à 'filosofia da praxis', ou seja, ao marxismo,[xvi] a capacidade de organizar e transformar a sociedade, num primeiro momento como 'religião' — no sentido especial atribuído por Benedetto Croce[xvii] — e, em outro, como visão crítica do mundo. Nas palavras de Gramsci: 'Uma concepção do mundo não pode revelar-se como válida e impregnar toda uma sociedade até converter-se em uma fé, se não demonstrar que é capaz de substituir as concepções e crenças anteriores em todos os graus da vida estatal'.[xviii]" http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=29&cod_not=1061

Pobre da nação cujos(as) jornalistas e revolucionários(as) não sabem a diferença entre uma democracia de fato e uma ditadura do poder econômico! Ou entre uma plutocracia, cleptocracia ou corporocracia... E que precisa de um engenheiro para fazer o serviço que sociólogos, historiadores, geógrafos, filósofos, professores destas ciências e outros não fizeram.

Vamos para o Fórum Social Mundial (FSM) 2009 no Pará e tentar descobrir se um outro jornalismo é possível. Se outra universidade, outro Brasil ou outro mundo é possível mesmo. Se outra conceituação da realidade é possível. E qual a diferença que o diploma de jornalista faz nesta história. Ou a falta dele.

Ano que vem, a gente se encontra em Belém!

(*) Heitor Reis é engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org). Nenhum direito autoral reservado: Esquerdos autorais ("Copyleft"). Contatos: (31) 3243 6286 - heitorreis@gmail.com