quarta-feira, 7 de março de 2007

Eu e você somos os assassinos.

Eu e você somos os assassinos.
Eu e você reprimimos nossa agressividade de tal forma que ela sai por aí, pelas mãos de outros, matando.
Eu e você somos bonzinhos, quase santos. Sorrimos, quando deveríamos abrir a boca e dizer não.
Acusamos quem tem idéias claras e defende ideais de 'radical'.
Nem sabemos que 'radical' significa RAIZ.
Eu e você somos ignorantes de nós mesmos.
Eu e você queremos levar vantagem em tudo.
Eu e você ficamos felizes quando 'não foi um de nós' que matou, trucidou, esfaqueou, esmurrou, baleou, esganou uma outra pessoa. Como se quem mata gente, não fosse semelhante a nós.
Eu e você adoramos reprimir. Reprimimos nossa violência, nossos instintos, nossa animalidade.
Queremos reprimir mais ainda a violência, com leis cada vez mais draconianas.
Aprendemos um monte de teorias nas universidades, quando aprendemos... e só usamos o aprendido em nosso próprio benefício.
Eu e você matamos, quando nos escondemos por detrás de nossa máscara de civilidade e permitimos que 1% da população sejam proprietários de 50% das terras deste país.
Eu e você matamos, quando sabemos que expressar agressão nos dá saúde mental e não o fazemos.
Eu e você assassinamos, quando ficamos indiferentes ao que acontece a nosso redor.
Eu e você somos covardes quando votamos em políticos corruptos e nada fazemos para retirá-los do poder.
Eu e você somos coniventes do crime, quando pagamos os juros mais altos do mundo aos bancos.

Este texto sofreu algumas modificações com relação ao comentário publicado no Grito do Inimigo

O Brasil é um açougue. Quem chora por Alana?





















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4 comentários:

Anônimo disse...

Então... As pessoas fazem caretas quando afirmo que somos, em todos os sentidos, a Besta mais maravilhosa da face da terra... Somos sim... Somos Covardes assassinos...

BUGRA LOBA disse...

Nem tanto a terra ou a céu.
Somos sim responsáveis, e temos nosso dedo impresso em digitais garrafais em cada bárbarie que existe no mundo inteiro.
Mas não é matando, esquartejando, que iremos nos redimir e trazer o que perdemos.
Não sabemos lutar,reinvidicar sem sermos algozes?
Parar, cruzar os braços, se unir, largar a comodidade de nossos fazeres, reinventar a vida, amar, e principalmente estancar nossas necessidaes individuais e lutar para que as coisas mudem.
Quem está disposto a largar tudo e ir a verdadeira luta, sem derramar sangue, sem empunhar armas, e meter a cara a bala?
Quanto discurso, e tão quão pouca ação.
O que falta para que empunhemos a bandeira do basta e nos conscientizemos de que a vida, a minha, a tua e até mesmo a dos que queremos "matar" está ligada na mesma nave mãe?
Nunca acreditei nas estratégias de guerra, na violência, nas religiões que dopam para resolver os problemas do mundo, e não vou começar agora.
Sonhadora, boba, idiota, quem sabe.
Mas não desisto.
Abraços fraternos,

Bosco Carvalho disse...

Bruxinha,

eu também desaprovo as guerras e os atos de criminalidade.
Meu texto 'Eu e você somos os assassinos' é um alerta.
Alerto para o perigo da repressão de nossa agressividade pessoal. É essa a raiz de todos os males.
Pelo fato de reprimirmos uma energia que faz parte de todos nós (a agressividade), ela se transforma em crime, nas mãos de quem não tem uma personalidade repressora e reprimida, como nós 'bonzinhos'.
Acreditamos que somos isolados uns dos outros. Que somos ilhas no meio de um oceano. Isso é um engano!
O contrário é a realidade.
Minha proposta é a de que cada um de nós use a própria agressividade de forma construtiva.
Deixei o texto assim de propósito.
Estou escrevendo um artigo mais amplo a respeito das verdadeiras causas da violência e de como reverter este quadro.
Cruzar os braços é uma forma de repressão.
Temos é que abri-los e usá-los de forma consciente para expressar até mesmo nossas agressões.
Se você quiser me remeter um email, você será uma das pessoas que receberão e m primeira mão, o comunicado da publicação.

Abraço carinhoso [(|)]
carvalho.bosco@gmail.com

Anônimo disse...

Eu e você somos alimentadores dessa criminalidade violenta quando aceitamos e pagamos propina a policiais, ao fiscal da receita
Eu e você somos culpados quando achamos que bandido bom é bandido morto
Eu e você somos culpados quando achamos que a cadeia é capaz de recuperar alguma pessoa...

Carlos Eduardo